quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Minhas Ateses Antinormais

Estalei os dedos ao soar da campainha

Tocou em silêncio as pontas das unhas

Arranhou sem marcas a anomia sanguínea

Do pedaço de meu pai que encontrou minha mãe


Sem sentido e coberto de razão

Sentimentalismo não é sentir paixão

Por que falar das rosas se existem as margaridas

Juntam-se travesseiro e colchão


Abaixo do céu existe o paraíso

Acima do chão há o mar

Tudo que parece são está doente

Feliz estou por nunca mais gargalhar


O que parece certo pode ser dúvida

O que é errado é simplesmente especulação

Em que acreditar se há a hipocrisia

Chegam aos montes, poesia e canção


Mentiras bem contadas, verdades suspiradas

Alto de castelos em ascensão

Morros e montanhas cheios de vegetais

Frio e calor movem a rotação


O mundo gira sem ângulos

O mundo gira sem ângulos

A grafite corre solta

O petróleo é matéria prima

Para versos

Versos

Estrofes

Poemas

Ilógicos

Relógios

Tempo

Incompreensões

Insanidades e reações

Químicas

Psicológicas

É o que diz a iniciação


E enquanto isso minha mente

Mente, mente

Colapsos nervosos, epiléticos

Convulsões sociais

Tetraplégicos

Cuide dos mortos, se ainda houver salvação


O mundo gira sem ângulos

E eu aqui, desgasto minhas unhas

Pontas de dedos

Restos de reflexões

E o que me sobra?

Palavras, versos, rimas

Quem dera eu estar sozinha

Mas aqui comigo

Existe ela

A minha mente, mente, que mente

Traduzindo em analogias

Minhas ateses antinormais.

0 comentários:

Postar um comentário