domingo, 7 de novembro de 2010

Quero não ter que ver-te de novo

Quero não ter que ver-te de novo
Para não sofrer do sorrateiro desejo de cuspir-te
De arrancar-te os olhos com meu desprezo destruidor de mares
E no subconsciente voraz rogar-te as piores pragas faraônicas

Quero não ter que mirar-te de novo
Não ter o intuito de flechar-te fulminantemente
Nem sequer ser abatida pelo fracasso de ver-te sorrir
Se ao menos me fosse possível desintegrar-te

Quero jamais ter que ouvir-te de novo
Nem um som turvo de águas no pântano
Ou melodia de um doce piano
Léguas de mim, pássaro doentio

Quero nem ter que existir para saber de tua existência
Que teu coração ainda palpita ritmado
Para não sentir tua presença amarga ao lado meu
Nem rabiscar teu semblante de impurezas diversas

Quero não ter que acabar este escrito
Para não ferir-te em meu silêncio
Sem que minha atenção recaia sobre ti
Pois em mim vives, ódio arraigado.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Uma história comum, de comuns




De todas as minhas indignações, ela era a maior. Tinha o poder de fazer-me levar os olhos ao seu olhar de tal forma que era impossível negar a mim mesmo o interesse em desvendá-la, por mais simples que o feito fosse.
Parecia ser de uma doçura imensurável, no entanto, com um toque amargo no fim, justamente para deixar aquele algo de decodificação nos sentidos, os quais eu perdia ao vê-la passar vestida de amarelo-sol em pleno dia nublado, ela sim, meu amigo, era o sol, sem para isto usar de trocadilhos infames.
Nem preocupava-me em falar de mim na presença de qualquer um que fosse, viver para ela já era o bastante. Era mágico senti-la caminhar em leves passos de mariposa em busca de seu ardente néctar, voando com asas curtas, porém infindas, que a levavam tão distante
de minha aura, que sentia faltar o metabolismo, ao passo que a homeostase já não mais habitava em mim quando da sua partida, em notá-la não mais pisando em minha calçada de pedras medíocres.
Amigo, nunca fui de contar histórias, mas a dela me era de um tom tão misterioso que não pude deixar de rasgar todo e qualquer pedacinho de passado que nela houvesse. E eu não precisava de palavras, não precisava de vizinhos bem informados, na verdade, não precisava nem deste mundo para saber o quão real meu diamante de sol podia ser.
Nas palmas de suas mãos e solas de seus pés estava escrita sua vida, diria feitos todos da mais pura seda, talvez vinda de um país desconhecido. No entanto, ela usava-as no mesmo movimento, repetidos de dias em dias, num tempo que oscilava quando da sua proximidade ou ausência. Aquele movimento tendencioso, que ela realizava com soberba, ainda transparecendo sua origem mediana, indefinida.
Foi quando de minha janela, no momento em que virou-se em direção à minha residência, pude vê-la pronunciando meu nome. E a esta altura eu tinha apenas 10 anos, mas sem dúvida, eu conhecia o amor, bem como por ele era reconhecido, aquele amarelo-sol era brilhante em meus olhos. De pronto, em meu êxtase mundano e divino, vi a ama apanhar-lhe das mãos o envelope, ó Deus, queria eu poder chegar perto daquele papel sagrado que arrastara-se nas mãos de minha deusa. - Pequeno, a carta é para você, venha apanhá-la.
Era meu fim, era meu começo, renasci para depois remorrer, não me aguentava em mim mesmo, apocalipse instantâneo. Com uma letra desconhecida, dizia: Garoto, você pode parar de me olhar da sua janela? Me incomoda o jeito como você fixa o olhar sem tréguas em minha direção.
Minha musa era a entregadora de correspondências, a mais linda mulher que vi em toda minha vida. Vestia sempre a sua camisa um tanto masculina, mas sempre o amarelo-sol, que iluminava as minhas manhãs de terça, quinta e sexta-feira. Ela sabia que eu a amava, porém entendia de uma forma equivocada meu sentimento. E de todas as pessoas do gênero feminino, ela ainda me era a mais instigante, sua história ainda me fascinava, suas mãos de fato eram de seda pura, mas seu coração, o gelo mais resistente, o qual um homem jamais iria tocar. Eu jamais conhecera seu passado, jamais soubera sequer seu nome, e a sua história passava longe de pertencer a mim ou a ela mesma, e isso me deixava feliz, pois a minha vida era a vida dela, e eu, em partes, era ela, em cada olhar trocado, em cada passo sentido e respiração ausente em sua presença. Minha existência, aceitável ou não, fazia parte do seu cotidiano.
Eu amei a carteira. Por anos minha deusa continuou a contemplar-me com suas visitas semanais, minha felicidade era gritante, a cada dia maior. Ela foi meu primeiro amor, a minha história (sem minha nunca ter sido), era intrigante, mesmo sem intenção ou por isto ter algo de diferente, ela tinha o poder de ser simples, ser mulher e assim, desviar-me constantemente o olhar. Ela foi a minha desilusão, meu pesar e todas as minhas lágrimas já derramadas. Ela era tudo, mesmo sendo apenas mais uma no mundo real, um completo, sombrio e ínfimo ninguém.


Tá preparado?

Olá pessoas, Enem batendo na porta hein? O que fazer na iminência de um teste tão importante destes? Surtos são permitidos?
Bem, provavelmente eu não deva ser a pessoa certa para falar sobre isso, contudo, sinto-me no direito, mais uma vez, de expressar minha humilde opinião, claro, se você, meu leitor assíduo, assim permitir (estou mais gentil que o normal hoje, aproveitem).
A fórmula para o sucesso é estar preparado para vivê-lo, pois certamente, preparar-se para o que vier é a chave para um bom desempenho na cadeia da vida. E com provas não é diferente, este ano, que nós aqui do Pará teremos que realizar o Enem como uma das etapas do processo seletivo da Universidade Federal Do Pará, é um tanto diferente dos demais, pois muitos nunca tiveram a oportunidade de fazer o exame aplicado anualmente pelo Inep, que desde o ano passado apresenta um modelo baseado em quatro eixos interdisciplinares, sendo estes: Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e suas Tecnologias; Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; e Matemática e suas Tecnologias. Contando com 180 questões, divididas em dois dias de prova, juntamente com a proposta de redação no segundo dia, o teste será realizado este fim de semana e, como vestibulandos de respeito que somos, não poderíamos deixar passar a oportunidade de discutir demasiadamente sobre o tal Enem, bem como estar devidamente preparados para esta prova de resistência.
A questão fundamental é manter-se informado e permanecer calmo durante todo o tempo, descansar bastante nestes últimos dias de preparo e estudar o que for possível, além de escrever bastante, a exemplo do que faço neste momento. E outro aspecto importante é não deixar os professores aterrorizarem tanto vocês, relaxem, a prova do Enem não é esse monstro de que tanto falam, a maioria sabe que o nível das questões não costuma ser elevado, porém, todo cuidado é pouco, qualquer deslize é um ponto a menos, o que não vale a pena perder, principalmente por falta de atenção.
Sem surtos, devemos seguir caminhando no rumo certo, no rumo da universidade, nosso futuro mais próximo. Do fundo de meu pequeno miocárdio, desejo a todos uma boa prova e sucesso na vida como um todo.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O Justo Meio

          
Vem comigo e pensa: o que é pior, alguém que tem algo a dizer e fica calado ou alguém que não tem nada a dizer e só fala asneiras? Difícil responder, caro amigo, porém, é o que todos nós temos observado diariamente, desde tempos um tanto mais longínquos até precisamente neste momento. 
          É louvável que, num país como o Brasil, que alcançou relativamente há pouco tempo a liberdade de expressão, as pessoas realmente preocupem-se em opinar, analisar e discutir os mais variados assuntos. É de extrema importância que todos tenham consigo o espírito da liberdade, que, imbuído de boas intenções, faça críticas e argumentos construtivos, para que mostremos que, de fato, saímos da ditadura e fazemos parte de uma democracia verdadeira, onde ao menos falar podemos.
          No entanto para iniciar um processo de trocas de informação é imprescindível que haja uma mensagem a ser passada, senão o que seríamos nós? Seres sem conteúdo, sem caráter e questionamentos, um irrefutável nada. Trazendo mais uma vez para a vivência da que lhes escreve, creio eu ser entediante ler ou ouvir alguém expressar-se sobre algo que em nada mudará nossas vidas, não que todas as conversas, a todo momento, necessitem ser de cunho filosófico ou intelectual, contudo, é interessante que em algum momento, mesmo de descontração, leve a algo produtivo, que lhe faça chegar ao final do dia e pensar: nossa, hoje meu dia rendeu, acho que pelo menos uma coisa pude aprender com aquela conversa. Certamente este pensamento é o que todos nós queríamos ter na nossa vidinha normal, mas por conta de futilidades diárias, cada vez mais nos privam de tal satisfação. Justamente aí que podemos olhar para os reis da cocada preta, que dizem tanto e nada falam, e gentilmente aconselhá-los a procurar algo melhor para fazer. Sério, eu sou uma adolescente como qualquer outra, longe de ser nerd ou algo do tipo, mas galera, estudar faz toda a diferença, completa lacunas, sabe? 
          Em contrapartida aos informantes banais, há os prisioneiros da língua, que podem ver o mundo caindo ao seu lado, ou pior, ver político honesto e nem sequer sussurrar um "não acredito". Não sei se é impressão minha, mas essas pessoas são as que mais tem coisas para nos repassar, mais assuntos a debater, até porque estes tipos ficam tanto tempo calados que, quando resolvem expressar-se de alguma forma, você tem que abrir todas as alas para a passagem, para não ser atropelado por tantas palavras. Enfim, são milhões de potenciais estupendos guardados a sete chaves por bocas trancafiadas, que insistem em dificultar a passagem dos fonemas. Lembrou agora do nerd da sua sala, que senta na frente, fica o dia todo de cabeça baixa e não dá um piu? Pois é, experimente dizer um oi para ele, e se conseguir puxar assunto, parabéns, você será infinitamente premiado com informações de todos os tipos. Só tenha paciência, no começo, pode parecer que ele não conhece pausas na fala, mas depois você acostuma e até entende o porquê de tanta pressa nos períodos. 
          Então, creio ser o justo meio o mais conveniente na maioria dos casos (aprendi filosofia, rá), o que não podemos é ficar calados para as injustiças e debates os quais nos interessam e muito menos falar levianamente sobre assuntos os quais desconhecemos, com o risco de cometer injustiças ou erros grosseiros. Fale quando lhe for solicitado ou quando realmente houver algo que precise ser dito e cale-se quando tiver a certeza de que sua fala em nada mudará o sentido de ser das coisas. Afinal, somos apenas mais um, porém juntos, somos os tais todos, capazes de mudar o mundo. 


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Persuasão? Não. Ataque? Até demais.

Como convencer alguém? Persuasão é uma arte, e como tal, exige minuciosidade e um acentuado feeling por parte do artista. Em tempos de eleição, nada mais prudente do que discutir os métodos que cada candidato põe em prática para atingir-nos no ponto mais profundo de nosso âmago.
Não sei se é impressão minha, mas alguém aí também percebeu que falta carisma nos candidatos a presidente? Não que carisma seja a melhor saída para o Brasil, afinal, presidente deve governar e não fazer shows medíocres para a massa. Porém, o pilar da política foi esquecido: a retórica, que por si só, já traduz grande parte do fazer e ser político por vocação.
Enfim, não creio que seja conveniente delongar-me no assunto, contudo, é imprescindível destacar a importância da persuasão em nosso cotidiano, desde o convencer a mãe a ir para o show com suas amigas, até garantir o apoio de grande parcela da população. Ser um persuasivo por profissão requer bastante treino, esforço, suor demasiado, então, meus caros, não pensem que ser um político sério é assim tão fácil. Observem que falo de políticos sérios, onde acredito não se enquadrar o deputado Tiririca, eleito através de exaltáveis votos de protesto. De fato, isso demonstra ao menos que a população está "acordando" para a canalice no âmbito político de nosso país.
No mais, de minha parte fica o desejo de ver candidatos mais coerentes e, acima de tudo, éticos, pois não me agrada nem um pouco ver o horário político repleto de ataques recíprocos tanto na esfera estadual quanto na federal. Se eles, os nossos futuros governadores e presidentes falam barbaridades uns dos outros, o que lhes impede de fazer o mesmo com você, cidadão brasileiro? E é aí que devemos intervir: queremos projetos, gente! Queremos melhoria nos setores básicos da sociedade e não programas vespertinos de baixaria generalizada! Enquanto a ética da política brasileira funcionar assim, baseada em guerra verbal, o nosso Brasil desenvolvido continuará sendo um projeto futurístico, consolidando a eterna e vaga esperança da chegada do tão sonhado "país do futuro".

quarta-feira, 20 de outubro de 2010


Hoje não é um dia comum, estou escrevendo aqui, isso já demonstra em grande parte porque meu dia está incomum. Ando sofrendo de Tensão Pré Vestibular, falta de criatividade, ausência de conversas intelectuais, insensibilidade e tantos outros distúrbios que me enquadram em um estado diferente do normal. Não que eu seja normal (talvez isso fosse o fim para alguém como eu), porém, ultimamente, a anormalidade chegou a um ponto incontrolável, minhas oscilações de humor são mais constantes do que nunca. Não sei mais escrever, não sei mais expressar meus sentimentos, as palavras me faltam, pensamentos me fogem, esperança me deixa e fé insiste em não habitar-me.
O amor ainda é farto e supera, mas tem de ser tão paciente, e eu não sei se no momento estou em condições de aguentar tudo, mas sinceramente, espero sempre ter tais condições. T., eu te amo, de verdade, queria neste momento poder gritar tudo que eu sinto agora, queria que pudesses me ouvir, e assim, poder curar todas as tuas dores, tudo que te aflige e te magoa.
Para quem me acompanha na vida, sabe que eu tento viver de lições diárias, que ao final de cada capítulo, procuro aprender a moral, para seguir em frente com mais sabedoria. Não sei ao certo se ainda funciona, ou sequer se algum dia funcionou, todavia, continuo vivendo ao estilo "aulão de vida", sem material ou professor, apenas com muitos aprendizes interessadíssimos em buscar sentido para as coisas. Cito tal caminhada para comunicar que não estou conseguindo carregar tal peso bravamente, pois minhas costas doem e meus braços incham, talvez o fardo de ter que viver cada dia no limite de 24 horas não me seja plausível, muito menos conveniente.
Clamo por mais compreensão, por mais atenção e paciência, por mais naturalidade e preocupação com o que realmente importa. Juro-lhes, sem hipérboles, que cansei de tanta banalidade, de tanta gente vazia, de me autoesvaziar conscientemente e não lutar para mudar tal fato. Desejo a autoflagelação, sinto a necessidade de condenar a mim mesma, juro-lhes mais ainda, que não imagino saída. Sou um ser em construção e pelas obras, ainda não pude ver rostos de engenheiros, arquitetos, nem muito menos metade do chão, se é que isso existe.
Tenho um pilar de sustentação pronto, o que não garante que a qualquer momento o pré-projeto fique de pé quando vier a maré intencionando puni-lo, levando sonhos, vontades, suspiros e caprichos.
E dentro de um texto confuso, temos que achar algo aproveitável, algo que tenha nexo e seja conexo com a realidade coletiva, afinal, já basta o egoísmo do mundo, que desde o nascimento nos faz indivíduos, solitários e nos corta o laço umbilical com a única pessoa que um dia fez de um tolo "eu" um exuberante "nós". Sabem, brincadeiras a parte, quando desejo felicidade às pessoas, desejo de verdade, para que elas lutem de fato por isso, e sejam subitamente felizes, sem qualquer interjeição de sofrimento ou angústia. Meus amigos, embora isto agora possa lhes parecer ridículo, ou mais um devaneio de alguém que mal sabe o que é viver, creio ser de fundamental importância a busca por mais simplicidade, por simplificações, por resoluções objetivas e consequentemente uma vida mais saudável, de qualidade, vivida em toda sua amplitude. Isso, meus caros, é a forma mais sensata de aproveitar a única vida que conhecemos, haja vista que ninguém sabe o que nos espera depois daqui, podem imaginar, ter fé e acreditar, mas saber, creio ninguém ter chegado a tal êxito.
Por favor, deem ouvidos ao que interessa, o que é verdadeiro, o que realmente importa e lhe faz diferença. O mundo anda bastante competitivo para você nesse momento ser apenas mais um. Seja você mesmo, firme suas opiniões, debata, fale, ouça. Gente, preciso ver pessoas melhores, preciso ver mudanças e ainda preciso votar, lembrei disso agora. rs.
E só para finalizar, mando por difusão um pouco de Felicidade para todos, todos mesmo, amigos, inimigos, inimizades e desconhecidos. Não posso também deixar de desculpar-me sinceramente contigo, T., por ser assim, tão idiota e ainda um tanto difícil de entender, se chegares a ler isto, quero que saiba que nada mudou em mim, e que, se mudar, vai ser para melhor, 1 ano e 4 meses já é um bom tempo, o melhor tempo da minha vida, queria te agradecer por tudo e pedir paciência, tudo só tende a melhorar em nossas vidas. Termino com a coragem de estudar e a vontade louca de ver teu Sorriso brilhar mais uma vez.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Quando nada dá certo

Nunca mais escreverei aqui sem antes salvar como arquivo no word, perdi pela segunda vez uma postagem extremamente necessária. Cansei disso, cansei de tudo, se antes meu teor era de calmaria, agora é de revolta. Me revoltei e não quero nem saber a opinião de vocês sobre isso, ninguém lê isso aqui mesmo, esse espaço é meu e ninguém se interessa pelas baboseiras de uma mente tão vazia e confusa ao mesmo tempo. Até mais.