Vem comigo e pensa: o que é pior, alguém que tem algo a dizer e fica calado ou alguém que não tem nada a dizer e só fala asneiras? Difícil responder, caro amigo, porém, é o que todos nós temos observado diariamente, desde tempos um tanto mais longínquos até precisamente neste momento.
É louvável que, num país como o Brasil, que alcançou relativamente há pouco tempo a liberdade de expressão, as pessoas realmente preocupem-se em opinar, analisar e discutir os mais variados assuntos. É de extrema importância que todos tenham consigo o espírito da liberdade, que, imbuído de boas intenções, faça críticas e argumentos construtivos, para que mostremos que, de fato, saímos da ditadura e fazemos parte de uma democracia verdadeira, onde ao menos falar podemos.
No entanto para iniciar um processo de trocas de informação é imprescindível que haja uma mensagem a ser passada, senão o que seríamos nós? Seres sem conteúdo, sem caráter e questionamentos, um irrefutável nada. Trazendo mais uma vez para a vivência da que lhes escreve, creio eu ser entediante ler ou ouvir alguém expressar-se sobre algo que em nada mudará nossas vidas, não que todas as conversas, a todo momento, necessitem ser de cunho filosófico ou intelectual, contudo, é interessante que em algum momento, mesmo de descontração, leve a algo produtivo, que lhe faça chegar ao final do dia e pensar: nossa, hoje meu dia rendeu, acho que pelo menos uma coisa pude aprender com aquela conversa. Certamente este pensamento é o que todos nós queríamos ter na nossa vidinha normal, mas por conta de futilidades diárias, cada vez mais nos privam de tal satisfação. Justamente aí que podemos olhar para os reis da cocada preta, que dizem tanto e nada falam, e gentilmente aconselhá-los a procurar algo melhor para fazer. Sério, eu sou uma adolescente como qualquer outra, longe de ser nerd ou algo do tipo, mas galera, estudar faz toda a diferença, completa lacunas, sabe?
Então, creio ser o justo meio o mais conveniente na maioria dos casos (aprendi filosofia, rá), o que não podemos é ficar calados para as injustiças e debates os quais nos interessam e muito menos falar levianamente sobre assuntos os quais desconhecemos, com o risco de cometer injustiças ou erros grosseiros. Fale quando lhe for solicitado ou quando realmente houver algo que precise ser dito e cale-se quando tiver a certeza de que sua fala em nada mudará o sentido de ser das coisas. Afinal, somos apenas mais um, porém juntos, somos os tais todos, capazes de mudar o mundo.